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Associação Lavrense de Apoio ao Diminuído Intelectual

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Imagem da “Há tendência para que a deficiência fique fechada entre muros. Nós tentamos nos abrir à comunidade”

“Há tendência para que a deficiência fique fechada entre muros. Nós tentamos nos abrir à comunidade”

Paulo Pinto, Presidente da Direção da ALADI, concedeu uma entrevista ao jornal solidário “Abrigo” para dar a conhecer a história da instituição, passando ainda pelo período conturbado da Covid-19 e o que está reservado para o futuro da ALADI.

Há quase dois mandatos como presidente da Direção da ALADI, Paulo Pinto concedeu, no passado dia 17 de julho, uma entrevista ao jornal solidário “Abrigo” para dar a conhecer a história da instituição, que celebrou este ano 36 anos de existência, passando ainda pelas complicações causadas pela pandemia da Covid-19 e o que está reservado para o futuro da ALADI.

“Um dos objetivos da ALADI é que possamos sair dos nossos muros e ir para além, e dar-nos a conhecer (...) Nós estamos a fazer um trabalho, um esforço, por nos abrirmos à comunidade. Há uma tendência para que a deficiência fique fechada entre muros e é difícil a abertura à comunidade”, começou por referir Paulo Pinto, ao explicar que houve a necessidade de abrir uma instituição desta natureza, uma vez que na freguesia de Lavra “não havia respostas neste âmbito social”.

Apesar de reconhecer que este caminho foi “longo, duro”, não esconde a importância da instituição no concelho de Matosinhos, principalmente nas famílias dos 54 utentes em Lar Residencial e dos 90 utentes no Centro de Atividades Ocupacionais (CAO). “O nosso objetivo enquanto associação, enquanto IPSS, é acolher, cuidar, ajudar as famílias, aliviando a sua carga, porque são pessoas que são um grande desafio para as famílias, pelas suas limitações, pelas suas características individuais”, admitiu.

Readaptação em tempos pandémicos

Ao ser questionado sobre os grandes desafios que as instituições tiveram com a evolução da pandemia da Covid-19 em Portugal, Paulo Pinto não escondeu a sua apreensão. “Não só pelo desconhecimento, por toda a nossa ignorância e toda a comunidade científica. E nós, naquela primeira fase, apanhamos logo com certa de 30 casos [positivos]. Tivemos um surto”, destacou.

O Presidente da Direção da ALADI explicou ainda os procedimentos que foram exigidos aos colaboradores durante este período. “Tivemos de pedir aos nossos colaboradores, dentro da sua disponibilidade, e eles estão de facto de parabéns pelo serviço e pela entrega, porque passamos a fazer turnos de mais de 12 horas por dia. Eles vieram viver para a instituição, criamos condições para que eles pudessem dormir e ter toda a sua vida ali. Depois iam para casa e permaneciam oito dias. Foram momentos de muita dificuldade”, realçou.

“Tentei sempre estar presente. Tínhamos sempre um briefing ao domingo à tarde na mudança de equipas. Eu estava presente para dar uma palavra de incentivo, ouvir as pessoas, as dificuldades. Mas sou sincero que temi pela vida das pessoas”, admitiu ainda na mesma entrevista.

No futuro? “A direção está apostada em fazer crescer a instituição”

Completados 36 anos de existência, a direção da ALADI não esconde o seu entusiasmo no crescimento da instituição. Paulo Pinto referiu que a ALADI tem “mais de 100 pessoas em lista de espera”, o que faz com que tenha vontade de colocar em marcha um projeto já finalizado: aumentar a capacidade dos utentes em Lar Residencial e em CACI.

“Temos já um projeto finalizado. Já nos candidatamos a fundos comunitários para fazer um alargamento da instituição. Queremos alargar para mais 30 em Lar [Residencial] e queríamos dobrar também em CACI para 150 pessoas”, sublinhou, ao evidenciar que a “direção está apostada em fazer crescer a instituição (...) para dar resposta à nossa lista de espera, que é um objetivo fundamental”.

A par disto, a direção também está focada na renovação do Lar 1, que foi o primeiro espaço a ser inaugurado na abertura da instituição, a 08 de abril de 1987. “Está a precisar de uma adequação aos tempos modernos, que é dotar de quartos de banho nos quartos, criar outras condições para a higiene e para a autonomia, e criar quatro ou seis camas de cuidados continuados”, adiantou, ao esclarecer que pretende “criar melhores condições” aos utentes que usufruem deste espaço.

Veja aqui a entrevista na íntegra.