O relógio marcava 14h e 30 minutos, quando, aos poucos, o ginásio da ALADI se foi enchendo com os artistas da instituição. Estava uma tarde fria, mas no auditório o ambiente era acolhedor e animado. Em 30 minutos ultimaram-se os pormenores para as atuações. Nervosismo à parte, foi tempo de subir ao palco e mostrar o trabalho de dois meses de ensaios.
Hora do espetáculo
Pouco passava das 15h e o espetáculo começava. Foram, mais coisa, menos coisa, 90 os que, com o coração, levaram a história de Antoine de Saint-Exupéry a um auditório cheio. “O essencial é invisível aos olhos”. Queriam-no mostrar e, assim, o fizeram.
Sala após sala, em 2h, colaboradores e utentes fizeram as delícias de quem, atentamente, assistia.
A sala de Estimulação Sensorial I e II abriu o espetáculo, com a atuação “Coração de Luz”. Seguiu-se o teatro da tarde, encenado pela sala de Artesanato e Culinária. A “Costureirinha”, como era chamado, trazia ao de cima o mundo dos negócios, com uma clara analogia ao que nos diz Exupéry: “O quarto planeta era o dos negócios. Era tão ocupado que nem levantou sequer a cabeça à chegada do príncipe”.
“Stomp” foi a atuação que se seguiu. Esta apresentada pelo grupo de Jardinagem. Os utentes em palco regaram e cuidaram das suas plantas, fazendo alusão ao que diz no livro: “Eu sou responsável pela minha rosa. Tu tornas-te responsável pelo que cativas”.
A viagem pelos planetas continuou com uma dança da sala de Cerâmica. Passando, depois, para a sala de Pintura. “Arte nas Mãos” foi o tema que trouxeram e que, à vez, foram pintando num quadro.
As salas de Artes Decorativas e Trabalhos Manuais e de Expressão e Movimento seguiram-se, antes da atuação final. No fim, o palco encheu-se da magia do Natal, juntando utentes e colaboradores numa dança expressiva.
A última atuação da tarde, colocou em extremos oposto a razão e a emoção, acabando por sagrar-se vitoriosa a emoção, porque afinal “só se vê bem com o coração”.
A festa acabou ao ritmo de “A Todos um Bom Natal”, cantada com a ajuda do professor Filipe e com o palco cheio de utentes.
“A ALADI tem vindo a crescer”
Joaquim Branco, presidente da instituição, foi uma das caras que marcaram presença no evento. O presidente relembrou um pouco da história da ALADI, realçando a importância de todos os seus colaboradores, que “com determinação trabalham diariamente em prol dos utentes”. Uma trabalho apelidado pelo presidente como “não fácil”, mas “muito importante para diminuir a diferença”.
No final do discurso sobrou, ainda, tempo para um adeus e um obrigado, uma vez que o Dr. Joaquim Branco acaba, em dezembro deste ano, o seu último mandato à frente da direção da instituição.
“O essencial na ALADI também é muitas vezes invisível aos olhos”
Cativar e criar laços com a comunidade envolvente é uma constante meta da instituição. Assim, todos os anos a festa de natal da ALADI procura aproximar colaboradores, utentes, membros da direção, associados e a comunidade em geral.
Marlene Barros Hrin, uma das organizadoras do evento e membro da equipa técnica da ALADI garante que o tema deste ano fez pensar no trabalho que se desenvolve dentro de quatro paredes: “O trabalho que se desenvolve aqui na ALADI, muitas das vezes é invisível aos olhos dos outros e daí a analogia a este conto”.
Dois meses foi o tempo que colaboradores e utentes demoraram a ensaiar o espetáculo, que contou com a presença de mais de uma centena de pessoas a assistir.
Quem assistiu não ficou indiferente ao que viu, porque afinal “Quem passa na nossa vida não vai só e não nos deixa sós. Deixa um pouco de si e leva um pouco de nós”.
Festa de Natal 2016: https://www.youtube.com/watch?v=3c72yn8CX3k&list=PLPMGhuLhP8v8U-CJYbkoeRz1ow5F7e4hH