Todos os anos, durante o mês de julho, a ALADI prepara-se para uma das suas atividades mais importantes. Para além de promover o convívio entre instituições, o Festival de Danças e Cantares procura, também, envolver a comunidade. Falamos com o Dr. Joaquim Branco, presidente da ALADI, para tentar perceber qual a importância do festival para a instituição e quais as suas origens.
Como surgiu a ideia de criar um festival como este?
Na ALADI existia a prática de fazer um evento anual para angariação de fundos, com a denominada “Sardinhada Solidária”. O princípio dessa iniciativa era reunir amigos e familiares que, num ambiente descontraído e de lazer, pudessem comparticipar monetariamente obtendo-se, desse modo, receitas adicionais para aquisição de equipamentos. Com o passar dos anos e, sobretudo, com a vontade de demonstrar o tipo de trabalho que fazemos com os utentes surgiu a ideia de apresentar uma dança com um grupo de utentes treinados para o efeito. Convictos de que a música e a dança são formas eficazes de aproximação entre as pessoas esta apresenta- ção foi aceite por todos. Assim, a sardinhada foi dando lugar a um Festival.
Como foi evoluindo o festival ao longo dos anos?
A evolução surgiu naturalmente, quando alargá- mos o convite às outras instituições que, tal como nós, têm apostado na música como forma de expressão e de interven- ção com os seus utentes. A participação dos utentes num festival revela-se uma oportunidade de inclusão e ao demonstrarem o que fazem, é mais uma fonte de inspiração e motiva- ção para o seu trabalho.
Para a ALADI, qual é o valor mais importante deste festival?
O sucesso deste Festival deve-se à combinação de vários fatores: as condi- ções físicas que a ALADI pode proporcionar através dos seus espaços ao ar livre, ao empenho dos colaboradores e aos participantes que apreciam toda esta dinâmica que culmina num final de tarde bem passado.
O que é que nunca pode faltar num Festival de Dan- ças e Cantares da ALADI?
Essencialmente música e animação, associada à parte gastronómica que acaba por ser apelativa aos visitantes e permite que a sua presença se prolongue por mais tempo.
O festival é uma forma de diminuir a diferença, num país onde ainda falta muito para acabar com essa mesma diferença?
A música e a dança são um meio de comunicação não-verbal que permitem a aproximação entre todos os participantes. A interação social promovida neste festival faz com que não “existam” diferenças mas sim semelhanças. Conscientes de que o caminho é longo e que a diferença vai sempre existir, sentimos que devemos e estamos a dar passos para diminuir essa diferença.